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OPINIÃO: Por que concentrar riquezas ilimitadamente?


Qual é o nosso limite dos ganhos materiais, especialmente moeda, dinheiro? Se atentarmos para o comportamento que adotamos em relação à riqueza material, vamos concluir que o limite é infinito. Quanto mais adquirimos, mais queremos adquirir, não nos contentando com o já adquirido. Todos nós queremos ter muito dinheiro sobrando, e isso é um desejo bem comum, principalmente quando estamos sem o dinheiro. Entretanto, para se ter o dinheiro é preciso, primeiro, se sentir próspero e se sentir melhor ainda, quando pensar nele, quando for falar sobre ele ou visualizar qualquer coisa que lembre dinheiro.

Muitos não têm o dinheiro que querem, e as coisas que tanto desejam pelo fato, primeiro, por pensarem mais na falta dele do que na felicidade que o dinheiro poderá lhes proporcionar e, assim, deixam de atraí-lo, atraindo assim o oposto do que na realidade desejam, que é o que todo mundo quer, a felicidade. Há quem afirme que o dinheiro não traz felicidade, mas completa. Pode não trazer felicidade, mas que ajuda a trazê-la ninguém duvida. Se perguntarmos para quem está sem dinheiro, quem está muito precisando de grana, o porquê ele quer ter muito dinheiro, o que faria se acertasse na loteria, a maioria sempre vai ter uma bateria de desculpas, para assim, quem sabe, justificar a riqueza sempre desejada.

Parece que sempre querem justificar como se ter dinheiro, ou muito dinheiro, fosse crime e então aduzem que ajudariam familiares, instituições de caridade, amigos etc. Alimentados por esse desejo, os que nada têm ou os que não se conformam com o que têm, passam a, sistematicamente, arriscar contando com a sorte que não sabem se e quando está ao seu lado. Esses são honestos, salvo os anões do orçamento que acertavam na loteria centenas de vezes fraudando os concursos lotéricos. Há os que ganham muito dinheiro por conta de ideias criativas e que rendem milhões, como Bill William Henry Gates, mais conhecido como Bill Gates, fundador, juntamente com Paul Allen, da Microsoft, Mark Zuckerberg e os demais fundadores do Facebook, e Jan Koum, o criador do WhatssApp, para citar só esses, embora sejam centenas com esse talento que rende muito. Até aqui, pessoas que chegaram às suas fortunas, ou sonharam com ela, honestamente, ou pelo menos até que se prove o contrário.

Entretanto, esse desejo de concentrar riqueza parece não conhecer limite, vez que há pessoas que não medem esforços para obtê-la a qualquer custo. Carregam e guardam milhões de reais em apartamento; carregam em malas, escondem como podem e, impunemente, até movimentam nos meios convencionais, como instituições financeiras. A grande maioria consegue escapar das garras do sistema de controle e Receita Federal. Há, também, os que buscam remunerações que extrapolam os limites do bom senso e além do necessário para uma vida digna e confortável, alguns casos se aproximando de R$ 300 mil mensais. Tudo dentro da lei, aprovada pelos próprios destinatários ou com forte lobby para que isso aconteça.

Esse comportamento, dos mais e dos menos honestos, guarda um sentimento desmedido de egoísmo, de individualismo. Pouco se lhe dá a situação de quem vive com R$ 998 para sustentar uma família, geralmente integrada por várias pessoas. Ainda há os que recebem o Bolsa-Família, em uma importância ainda menor que o salário mínimo. Não se pretende que todos renunciem as suas riquezas em favor dos mais pobres, tampouco que haja equiparação remuneratória ou divisão de riqueza com quem tem menos. Compreende-se as diferenças, mesmo que sejam também diferenças de oportunidades.

O que é incompreensível é que se ignore essa distorção, especialmente pela curiosidade em saber as razões que determinam o anseio, cada vez e sempre maior de concentrar riqueza além do necessário para viver com conforto, e muito conforto, aquinhoar os descendentes e garantir uma vida terrestre para ninguém ter pouca inveja. Salvo se esse desejo de concentrar sempre e cada vez mais tenha um destino além da eternidade. Para quem acredita, talvez esteja justificado.

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